segunda-feira, dezembro 14

Parte VII

O dia estava mesmo diferente para Mel. Quando ela havia, horas mais tarde, entrado no restaurante o ar era diferente, apesar do cheiro ser o mesmo. Havia algo que sugeria desequilibrío, como se houvesse uma pedra a mais do lado esquerdo. As pessoas, estavam diferente: nenhuma delas mostravam o ar sorridente faminto de sempre e os olhares não conversavam entre si. E depois de não ter o ser Alex, o desequilibrío parecia ter sentido.
Mel saíu chorando pela rua, os olhos manchados de tristesa e decepção, empurrou pessoas sem pedir desculpas e não sorriu. 1 hora e 25 minutos, e Mel estava atravessando as largas portas do Edifício da Tangrem, seu local de trabalho. Seu coração parecia não bater, e seu rosto era inespressivo, apenas a pessoa mais observadora notaria as lágrimas secas nas maçãs do lindo rosto, agora sem cor, dela. Repirava profundamente, antes de cada passo. Não pensava em nada, enquanto uma espécie de dor invadia o seu coração, fazendo arder o sangue que corria pelas veias e os membros superiores tremerem levemente.
Enquanto esperava o elevador, se concentrava nos números, queria manter todo e qualquer pensamento longe, afinal a dor já era demais para se pensar no ruim novamente. As portas se abriram, e não havia se quer um cheiro de vida alí dentro. Mel sussurou pra sí mesma: É o que eu preciso, e entrou no elevador. Apertou o número 4, para ir em direção a sala onde trabalhava, mas anteriormente, precisava bater o ponto. As portas abriram denovo, e Mel saiu, virou a esquerda, direção oposta da sua sala, pegou seu cartão e exatamente as 1:29, a máquina emitiu um bip seco. Então, ela se virou, e seguiu em frente, até o seu destino. Chegou na sala, e se sentou.
No lado esquerdo da mesa, havia uma foto de Alex. Ela a deitou delicadamente, tentando não pensar. Abriu a bolsa, pegou o celular fazendo menção de ligar para ele, e logo depois jogou o mesmo dentro da bolsa de novo. Ela só precisava trabalhar agora.

Do outro lado do oceno, Alex apertava pela nona vez, desde as 12:20 da tade, o botão verde do celular, tentando ligar novamente para Mel. A ligação se perdia, no terceiro toque. Ele estava em desespero. Seu chefe havia ligado e dito que era necessária a prensença dele às 2 horas da tarde na sede da empresa, em Londres. Ele não sabia o porque, mas gostava do seu emprego, e sabia que se contrariasse o chefe, perderia-o. Tentou avisar a Mel milhões de vezes, tentou dizer que tinha viajado mais cedo, tentou falar que a amava, mas parece que os telefones não funcionam muito bem a alguns pés de altura. Então, como não havia mais saída, recostou a cabeça na almofada da cadeira, e tentou não pensar em nada. Estava sentindo-se culpado, por não ter conseguido avizar a Mel e sua mente via a menina loira de olhos cinzas correndo aos prantos na rua, como se pudesse adivinhar. Fechou os olhos e sonhou com isso o resto da viagem.
Quando acordou, tinha pousado no mesmo aeroporto de sempre e se dirigiu ao carro que iria pegá-lo. Quando chegou no hotel eram 2:00am em Londres, 11:00 da noite no Brasil. Sabia que sua Mel estava acordada, e ligou o not book, deixou um e-mail para Mel, que explicava tudo, e após pedir desculpas, terminou com a seguinte frase:


[...] Mesmo a um mar de distância, estou aí com você.
Te amo, Melissa.
Seu Alex.
Tays Esquivel.

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