terça-feira, novembro 24

Parte II

Fui comprar leite, volto em 10 minutos. Amo você.
Mel.
Ler aquelas palavras fez com que ele sentisse algo inarrável, era uma dor por saber que ela não estava mais ali, mas um tipo de euforia por saber que ela iria voltar, uma dose de adrenalina corria pelo seu corpo e parecia se concentrar principalmente no coração, aliás, era lá que todo e qualquer sentimento que envolvia Mel morava, no coração. Saber que em poucos minutos ele a teria de novo em seus braços, e veria seu sorriso novamente, aquele que faz tão bem, que curava qualquer dor, que o faz esquecer até mesmo dele e de qualquer outra pessoa por perto. Não que existisse. Porque eram só eles. Os mesmo de sempre, unidos de novo num único beijo, numa única carne, num único coração.
Ele pulou da cama e foi se vestir, como se isso fizesse o tempo durar menos, agora ele sabia ao pé da letra o que queria dizer 'cada minuto é muito tempo sem você'. Vestiu a primeira roupa que encontrou, e quando se virou para a porta do quarto, lá estava ela. Com aquele sorriso que ele tanto amava, o cabelo loiro preso com um elástico no topo da cabeça, as roupas amassadas, mas ainda sim, era a criatura mais linda que seus olhos já viram, os olhos tom de cinza brilhando, e um vidro de leite na mão... É, o leite, ele lembrou que foi por ele que ela teve que sair e sentiu um pouco de raiva do mesmo. Depois achou meio doentio e sorriu pra ela com o coração, ela ainda estava lá, olhando pra ele, com aquele olhar ela podia dizer o quanto o amava sem abrir a boca, e ele entenderia. Tudo que a envolvia era com o coração. Eles tiveram um café-da-manhã que qualquer um acharia normail, mas para os dois foi muito mais do que normal, foi perfeito. Sentir a perna dele roçar a dela de um jeito inocente e quase sem preceber por baixo da mesa fazia Mel sentir pequenos arrepios na nuca, perto dele isso acontecia normalmente, e ela até gostava. Ela também gostava da forma que ele olhava para ela, com ternura, mas com fome, como se pudesse quebrá-la com um abraço, só por amar ela demais. E ela realmente sentia isso, sabia com toda certeza que existia nela, que ela a amava de verdade. Qualquer um poderia sentir a áurea de paz e carinho que rondava eles, chegava a ser sufocante para quem não sabia o que era aquilo, para quem nunca havia sentido nada tão bonito e verdadeiro. A casa pequena, clara e reconfortante. Com cores neutras nas paredes e moveis simples, mas que revelavam toda a felicidade do casal. A pequena mesa redonda. Pequena mesmo. Aquelas duas pessoas, dois corações que já não batiam como dois, mas unidos afim de serem apenas um. Isso porque realmente eram só eles, unidos num único beijo, numa única carne, num único coração.
Francielle Santos.

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