segunda-feira, janeiro 25

Parte IX

Mel acordou no outro dia, achando as coisas mais bonitas. Não estava feliz, de fato, mas as coisas pareciam menos estranhas, ao menos. Era sexta-feira, dia da folga dela, como sempre. Normalmente as sextas Alex ainda estava lá, fazendo Mel sorrir e brincando com ela, com os joguinhos bobos de sempre. Mel pensava nisso. Sorria e se lamentava ao mesmo tempo. Não era bom fazer a saudade crescer um pouco mais, mas parecia legal alimentá-la pensando em como era bom tê-lo por perto, a fazendo rir e ver as coisas muito coloridas. O coração dela dava uns pulinhos de leve, ao pensar em como o queria ali com ela a qualquer custo. Como daria uma boa quantidade de coisas, pra que ele estivessem ali, almoçando uma comida caseira bem gostosa, feita pelos dois, aos beijos e abraços, brincadeirinhas bobas e sorrisinhos maliciosos. Depois almoçar, um olhando pro outro, segurando o riso, enquanto a perna dele roçava a dela desligadamente. Enquanto pensava em tudo aquilo, uma confusão de coisas corriam loucamente dentro do corpo de Mel. Mas no coração, só havia espaço para querer tanto o seu Alex de volta o mais rápido possível. Mel sabia que ele voltaria bem, para os braços dela. Mas pensar que podia ser o contrário a assustava muito...

Alex estava agoniado, corria de um lado pra outro, tentando acertar as coisas para ir a reunião costumeira, mas havia algo diferente que o fazia estar mais inquieto ainda. No seu coração, e na sua mente, ele não pensava mais em nada, só em Mel. Era como se, apesar do seu corpo estar ali, sua mente e seu coração estivessem com ela. E estavam. Alex sentia o mesmo que Mel. A mesma vontade de que o domingo a noite chegasse logo, de que os beijos fossem relembrados, os abraços fossem mais apertados e os sorrisos retribuídos. A vontade de ser um só, permanecia no corpo dos dois. Mas ainda assim, havia algo diferente. Essa vontade sempre está lá, durante todos os longos fins de semana. Mas dessa vez, havia uma inquietação, um medo de não ter mais Mel em suas mãos, em seus braços. Isso o deixou muito mais tenso, como se esse medo só não fosse mais forte que o amor. O coração de Alex tremelicou, no meio da reunião e ele sentiu subitamente que poderia não ser dela mais uma vez...

Os dois queriam um ao outro, mesmo que já tivessem. Queriam-se por perto, aos cafunés e beijinhos na testa.
Mel dormiu, na madrugada de sexta pra sábado. Acordou no outro dia às dez horas da manhã, se sentindo ainda mais leve, por saber que estava mais perto de tê-lo de volta. Mas ainda havia uma angustia ali, grampeada na felicidade que estava no coração dela.
Agora, só restava aos dois esperar. O sábado estava terminando, o domingo a tardinha chegaria logo, e toda a angustia passaria. Possivelmente.

Tays Esquivel.

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