segunda-feira, abril 5

Parte X

Acordou com o toque do telefone. 2:30h da manhã. Seu coração pulou, não pelo susto...Mas pelas possibilidades, poderia ser seu Alex... "Boa noite, senhora Melissa Bass?Senhora, desculpe incomodar a essa hora, mas temos um asunto serio a tratar, o Doutor. Wandfore vai falar com a senhora." Mel não conseguia entender... Não sentia suas pernas... Do médico? A essa hora? - Senhora Melissa? Disse a voz rude e grossa do outro lado. Mel deixou escapar algo que nem de longe parecia um Oi. "Senhora Melissa, o seu marido sofreu um acidente, precisamos da senhora aqui o mais rápido possível, só conseguimos encontrar coisas sobre a senhora na carteira dele...Alô? Senhora Melissa?" E Mel não sentia mais nada...Deixou que seu corpo caísse, a direcção que ele queria, não sentiu a queda, não sentiu o telefone bater no chão. Só sentou. E ficou lá como se seu coração tivesse deixado de bater, arrancado de seu peito. Mas ela podia ver, ouvir, cheirar... sentia o cheiro de Alex, e assim era bem pior. Ela não queria viver um dia só que fosse sem ele, queria-o para sempre, ali. Alguns minutos depois, se levantou trocou de roupa, e sem nem saber pra que Hospital ia, pegou o carro e saiu na chuva. Ligou para toda a agenda...Uma antiga amiga passou o endereço do Hospital, ela tinha visto na TV, falarem sobre o acidente. Quando ela chegou, molhada e com um rosto aflito... A enfermeira já parecia saber que era ela. Pediu que ela se sentasse e aguardasse um pouco. Aquela altura, não havia mais nada a fazer. A sala de espera estava vazia, hora estranha para receber visitas, pensou ela. Logo em seguida um senhor de barba branca, com cara de vovô que se veste do Papai Noel apareceu. Ele tinha o sorriso de quem quer ajudar. Mas ela sabia que a noticia não seria boa. Ele se aproximou, tocou no ombro dela como uma saudação. Foi simples e direto: "O seu marido está em coma induzido, o cérebro dele sofreu forte impacto. Não sabemos se ele vai sobreviver... A cirurgia é de alto risco, ele pode não resistir e..."

A única coisa que ela consegui dizer foram "Posso vê-lo?". Uma pessoa normal jamais entenderia, mas ele parecia saber exatamente o que era. Sem prolongas conduziu Mel ao quarto do Alex. E lá estava ele, o mesmo de antes... Talvez um pouco inchado. Mas era o mesmo cheiro, o mesmo cabelo que ela tanto amava, mas ele não estava ali. le não era mais dela, e a certeza de poderia nunca mais ser a deixava ainda mais desesperada. Ela o beijou, mas não como se fosse a ultima vez, e saiu. Aquele alto controle exigia muito dela. Mel saiu do hospital anestesiada, mas naturalmente. Engraçado, o Hospital faz as pessoas ficarem melhores, no caso dela não. Ela sabia que não ia demorar para suas amigas lágrimas chegarem. O sofrimento que ela tanto repeliu, aos poucos ia tomando conta dela, e enxergar a sua frente já era difícil, as lágrimas misturavam-se com a chuva... Ela parou o carro. E deixou que caíssem com toda intensidade que tinham, seus soluços eram cada vez mais fortes, quase não ouvia o som da chuva. A dor... antes passageira agora era dela, e ela sentia sua companhia mais do que nunca naquele momento. Acordou com o som do celular, já não sabia que estava viva, ou se tudo tinha sido um sonho. Não quis atender, nem viu quem era, não tinha vontade de nada. Ligou o carro e foi pra casa. O dia estava lindo para todo mundo, menos para ela. Tudo que ela queria estava longe, muito longe. E era lá que ela também queria estar, era só disso que ela tinha certeza, sentiu uma pontada de esperança, euforia, e felicidade, desde muito tempo não sentia isso, Alex de novo. Tirou o sinto de segurança, apertou o pé no acelerador fechou os olhos e nem se quer sentiu o impacto no carro da frente. Não abriu os olhos...



(Fim da Primeira Parte. Galera, por favor, não deixem de ler. Voltaremos com mais Alex e Melissa, quem sabe mais alguém... HEHEH' Enfim, escrevemos por vocês. Obrigada pelo apoio. )

Francielle Santos

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